sábado, 29 de maio de 2010

Background

Sou um dos negros vindo de Begnin. Aportei aqui no Brasil em 1666 e fui vendido a um dos senhores com terras na sesmaria, digo capitania do Maranhão. Na época não sabia se era costume o senhor mandar um de seus capatazes para esta tarefa, mas, depois de um tempo, descobri que eles preferiam eles mesmos fazerem isso.
Eu tinha, na época, 18 anos, mas como estava acostumado à caça, pesca e lutas na minha tribo, na Africa, era muito musculoso e era considerado bonito entre as mulheres, eu era principe em minha tribo.
Quando cheguei à senzala percebi algo parecido com felicidade nos outros escravos, mas era algo mais perto de satisfação. Logo veio um capataz com um copo, Dentro dele havia um líquido vermelho. Tomei e fui possuido por uma tontura que não soube explicar, acabei adormecendo.
Acordamos as 05 da manhã, eu acho, sei que era muito cedo pois o sol nem havia raiado direito, e fomos para a lavoura. Trabalhamos o dia todo, nenhum dos outros escravos demonstravam cansaço quando voltamos para a senzala, eu estava exausto.
Abriram a porta da senzala, era outro capataz trazendo outro copo com o mesmo líquido, não consegui resistir e tomei, dessa vez foi diferente, senti um gosto doce e um certo prazer em bebê-lo.
Nesta noite fui conversar com outro escravo,Taú, um senhor já de 40 anos, era tido como um rei em sua tribo.
Ele estava aqui a uns 10 anos antes de mim, e me disse algumas coisas, dentre as quais exaltações fervorosas à bondade de nosso senhor, bondade esta que já sentia como real. Como eu ainda me sentia muito cansado fui dormir.
Mais um dia de trabalho e me trazem outro copo. Que delícia, meu pai Oxala!!!Um verdadeiro nectar dos deuses. Pareceu-me mais gostoso que os dois que já havia tomado.
Sentei-me com Taú para mais um dedo de prosa, perguntei-lhe o que faziam para passar o tempo.
- Fazemos festas às sextas, em homenagem a nossos ancestrais. - ele disse
Como jpa estava perto...